segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Codependência – Nunca mais!! Traga do passado somente coisas boas.

 

Enquanto a pandemia não passa... vamos lá. Estive sumida, mas não foi por vontade própria. Custei a retomar aquilo que é meu. O meu blog. Isso mesmo! Não conseguia postar. Era uma forasteira por aqui. Alguém se apropriou dele e ainda bem... não fez muitos estragos. Só me deixou de molho. E de quarentena, acabei me esforçando mais para resolver isso. Consegui mas nem sei como. Mexi tanto  que deu certo. E ouvindo Maurício Manieri ficou bem mais fácil que pensei. Adoro as músicas dele. Pois é! Aconteceram  tantas coisas bacanas na minha vida. Muitos tropeços, muita volta por cima e muitas vitórias. Brigaduuuuu!

 E a mais importante sem dúvidas: ganhei alta da terapia. Tô felizzzzz. Com saudades do Edinan mas imensamente agradecida. Foi no consultório dele que ouvi pela primeira vez o termo codependência. Quase dei na cara dele. Rsrsrs! Mas fui a fundo e me libertei. 

Codependência  ( é um termo que é usado da área da saúde para referir-se a pessoas fortemente ligadas emocionalmente a uma pessoa com séria dependência física e/ou psicológica ou um comportamento problemático e destrutivo. " ( wikipédia atuando). 

Vou falar um pouquinho do aconteceu comigo. Há muito tempo venho pensando nisso. Na minha história .A intenção é de ajudar alguém que passa pelo mesmo problema. Vou começar pela minha infância.

Tive uma infância muito boa, alegre, divertida porém  marcada pelo medo de rejeição, abandono. Pudera! Caçula de 14 filhos. Minha mãe tinha 46 anos e meu pai , 50,  quando nasci.

Quando estava na faculdade que entendi o porquê de minha mãe me deixar no hospital no meu nascimento. Ela teve depressão pós parto. Uma de minhas  irmãs foi me buscar no hospital, fez as minhas fraldas na máquina de costura com lençóis. A minha cunhada me amamentou e meu irmão dizia que ele era o pai de leite. Sempre ouvi de uma delas que já tinha gente demais lá em casa quando cheguei. Mais tarde, eram as ameaças: “ se não obedecer, vou embora pra casa de mulata”, dizia mamãe. Tinha uma raiva disso. E medo também. Será que ela iria me deixar ( de novo)! Se  Mulata existiu de verdade não sei.  Aff!

Minha mãe era uma mistura de fada madrinha e bruxa. Era brava, mas contava muitas histórias e poesias para nos fazer dormir. Fazia bonecas de pano, de espiga de milho. Costurava lindos vestidos pra mim. Enquanto ela costurava, brincava ao seu lado com minha boneca Susy. Ela me ensinou a bordar, fazer tricô   e crochê. Cozinhar, então, nem se fala. Ela mantinha todo mundo na linha e se orgulhava muito de todos nós.

Sempre pensei que tinha que ser boa menina para que ela me amasse. Vai entender um negócio desses, gente! Totalmente desnecessário. Pensei depois de longos anos de terapia. Ufa! Ainda bem que essa neura em relação a ela passou. Perdoei a mim mesma e a ela também.

Acontece mais ou menos assim: a filha necessitando de sentir-se amada, confunde a dedicação que se tem para com a  mãe, de fazê-la sentir-se bem, feliz, com elementos de engrandecimento e elevação da autoestima. Priorizei sim as necessidades de minha mãe ( lembra: eu tinha que ser boa menina para sentir amada, segura) , as opiniões, as vontades dela  porque se não o fizesse, eu me sentia culpada, envergonhada e... tinha medo de não ser aceita e amada. Isso não podia ser assim, né?! Culpa, vergonha... é  inadequação! Isso me comprometeu a ter uma relação emocionalmente equilibrada comigo mesmo, com ela e consequentemente com o outro. Me fez criar uma falsa ideia de quem era a minha mãe. 

Esse emaranhado de situações e emoções me entrelaçou desencadeando um processo de dependência emocional que eu acreditava até a algum tempo que iria grudar em mim para o resto de minha vida.

Passou, amo minha mãe com todo o meu coração e minha força. E tenho um respeito por ela e pude demonstrar esse amor limpo no seu último ano de vida. Me dediquei verdadeiramente à ela com a pureza de minha alma, sem culpa ou medo.

Todos nós precisamos construir uma relação afetiva verdadeira, principalmente  com os nossos pais para que possamos nos sentir amados, seguros e íntegros. A segurança, no meu caso, estava fora de mim. Só era feliz quando fazia o outro feliz, quem quer que seja, um coleguinha da escola, os irmãos, os vizinhos, o namorado. Quando era aprovada por eles.

Como desenrolou essa história? Ainda tenho mais pra contar. Mas tenha a certeza: eu liguei o foda-se a tempo de me salvar. Pense numa coisa:

Se você só se sente amada quando recebe aprovação dos outros ou quando faz os outros se sentirem bem ou diz sim para tudo e para todos ou se sente vazia, só se completa somente na companhia do outro ou não se valoriza porque o outro não te valorizou... procure ajuda profissional. Vale a pena investir na gente e sair desse marasmo.

Na próxima conversaremos mais. Aguarde! Um grande abraço.

 

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Memória

Já te conheço de algum lugar! É.... isso mesmo! Tá guardadinho na minha cabeça. Quem faz isso com gente é a chamada Memória. Um dos elementos principais da cognição. E talvez, a capacidade mais intrigante do cérebro.

A memória nos capacita para relembrar situações as quais vivenciamos, vimos ou somente ouvimos falar. Certa vez, minha irmã Mirinha me ligou, "abafada" porque ia fazer um teste na Usiminas para técnico de mecânica e ela, na ocasião, atuava na empresa como secretária de sessão. Tava doidinha, coitada! Queria muito essa oportunidade e estava com medo de não se sair bem. Confortei a minha irmã e disse-lhe: calma, calma. Você vai lendo atentamente as questões e com certeza, irá se lembrar do que aprendeu na escola. Dito e feito. Ela se deu bem ! Graças a memória de longo prazo. Intrigante, não é?

Classificada como um sistema com várias estruturas de armazenamento pelas quais "correm" as informações, a memória faz parte dos processos fundamentais da função cognitiva e, segundo pesquisas recentes, tem relação direta com as conquistas intelectuais. Aíííííííí, Mirinha! Se deu bem, heim?!

Um dos fatores que mais influenciam diretamente na qualidade da memória é o afetivo, componente significativo para cada indivíduo. Quando a representação mental for muito intensa, com certeza essa pessoa não esquecerá tão fácil do fato acontecido, diferente daquela pessoa em que a significação não foi tão boa.

 Para compreender um pouquinho o acontece com a gente e com a Mirinha, vamos falar um pouquinho sobre a memória;
  • Memória sensorial - é a que retém, de maneira breve, a impressão de estímulos após terem desaparecido. Corresponde ao armazenamento de informações de todo tipo que chegam até os nossos sentidos. Tipo.... se lembrar de um cheiro de perfume, do sabor de uma comida gostosa. Uma vez processadas, as informações são transferidas para a memória de curto prazo.
  • Memória de curto prazo - também conhecida como ativa ou primária, possibilita o fácil acesso às pequenas quantidades de informações recém-adquiridas em um curto prazo, tempo. Pode ser esquecida ou passada para a memória de longo prazo. Sensação de dèjá-vu.
  • Memória imediata - a informação fica retida por uns 30 segundos Tipo... lembrar de letras, palavras, algarismos, imagens que viu pelo caminho.
  • Memória de trabalho - é quando mantemos a informação quando nos convém. Tipo... seu chefe te fala prá chegar uma hora mais cedo amanhã. Depois de cumprir, essa ordem é esquecida. Não precisa ser armazenada. é um tipo de memória que trabalha. Qualquer informação que tenha estado na memória de curto prazo e que se perca, estará perdida para sempre, só se mantendo se passar para a memória de longo prazo.
  • Memória de longo prazo -  Como classifica o nome, memória de longo é aquela da qual fazemos uso do termo "memória" para referirmos a ela. Recorremos a ela quando, por exemplo falamos: "Se não me falha a memória, aconteceu em 2014, no mesmo ano que meu filho se formou.
Assim como a inteligência e outras capacidades humanas, a memória modifica-se com o passar dos anos em decorrência dos estímulos recebidos, do ambiente que a cerca e, também, do nível de interesse de cada pessoa.

E se tivéssemos uma super memória? O que aconteceria com o nosso cérebro? Aos 12 anos , a americana Jill Price percebeu que se lembrava de tudo o que tinha acontecido naquele ano, desde o aniversário, natal, almoço de domingo... falava de detalhes!  Quando estava com 20 anos ela achou que era um fardo pesado demais lembrar de tudo desde de notícias importantes até as bobeiras do dia a dia - contou para a revista Superinteressante ( ainda bem que meu marido fazia a coleção dessa revista) e aos 34 anos resolveu procurar ajuda. 

A partir de exames foi constatada que 20 áreas do cérebro da  Jill são maiores que a média. Inclusive o cortêx pré-frontal, responsável pela memória de longo prazo.Tá doido!!! Memória de elefante, pode-se dizer.

Fico imaginando como que as  pessoas como a Jiil convivem com as emoções. Se não esquecem de nada, de nenhum detalhe, como esquecer os maus momentos, uma emoção ruim? Não deve ser fácil. Mas para Jill Prince que procurou ajuda para entender melhor o que se passava com ela, a esperança não morre e sabe que vai ter que exercitar a paciência pois muito tem que ser decifrado ainda.

Até lá... fazer o quê? Lembrar de tudo, tim-tim por tim-tim. A maldição da super memória.


domingo, 13 de maio de 2018

Cérebro: uma noz gigante!

Na Grécia antiga acreditava-se que toda atividade mental estava concentrada no coração. Foi no começo no século XIX, que cientistas comprovaram que o cérebro era o centro do conhecimento.

Para compreendermos do que se trata o desenvolvimento cognitivo na infância,vamos, primeiramente, definir a palavra cognitivo: "relativo à cognição, ou ao conhecimento". (DICIONÁRIO AURÉLIO,2010, P.174).

Quando falamos de conhecimento, estamos nos referindo à prática de vida e a todas as experiências que essa prática concede, entre elas, a de desenvolver e usar a inteligência.

Inteligência é a "capacidade geral da mente, que envolve raciocínio, planejamento, solução de problemas, pensamento abstrato, compreensão de ideias complexas e aprendizagem". (A mente do bebê. São Paulo: Duetto Editorial, v.3, p. 71, 2006).

São três os pilares que fundamentam a inteligência: a memória, linguagem e pensamento, Por isso, os primeiros anos de vida de uma criança são essenciais para seu desenvolvimento. As mudanças que ocorrem nesse período são impressionantes; porém, mais espantosas são aquelas mudanças as quais não podemos ver e que ocorrem no cérebro e no sistema nervoso infantil.

Todas as impressões causadas por um estímulo externo, tais como: olhar, sorriso e irritações, refletem o funcionamento do cérebro e tudo o que as crianças aprendem é armazenado nele.

O cérebro adulto, uma massa toda enrugada que cabe em nossas mãos, pesa um pouco menos que 1,4 quilo e possui cerca de 10 bilhões de neurônios. 

Neurônio é a célula básica do sistema nervoso, especializada em receber e transmitir informações. Essas informações são recebidas pelos dentritos (extremidades receptoras dos neurônios em forma de árvore com muitos galhos) e enviadas por outra parte da célula, denominada de axôxio ( estrutura alongada).

Um revestimento gorduroso no axônio, conhecido como mielina, tem a função de permitir a transmissão mais rápida de informações.

É nas regiões terminais (extremidades do axônio) que substâncias químicas são liberadas, transportando informações para os neurônios vizinhos. Essas substâncias são conhecidas com neurotransmissores.

Na verdade não contato entre um neurônio e outro no momento da neurotransmissão. O intervalo entre eles é classificado com sinapse. Por fim, "os neurotransmissores atravessam as sinapses para transportar as informações entre os neurônios". (KAIL.2004,p. 112).

Todas as conexôes desnecessárias efetuadas pelo cérebro são desativadas em um processo que acontece da infância até a adolescência. Por volta da 10ª semana de gestação inicia a produção de neurônios dentro do cérebro e, por volta da 28ª semana, o pequeno cérebro praticamente já possui todos os neurônios que terá na vida.

O número de sinapses neurológicas e a efetivação do desenvolvimento infantil nos aspectos motor, social, afetivo e cognitivo dependem das estimulações que o ser humano proporciona e, também, do ambiente onde essa criança está inserida. Portanto, o nosso olhar é também essencial para percebermos a evolução no seu desenvolvimento, bem como diferenças cabíveis de futura investigações.


sábado, 21 de abril de 2018

Ler também é exercício!


Você levanta cedo. Toma aquele café reforçado. Coloca sua malha e PRONTO!
Bora prá academia. Bora pra pista de caminhada na avenida Marisa. Confesso:ainda não iniciei a minha este ano mas sei que é um  dos melhores hábitos que  devemos conservar. 

Aliás, a minha amiga Ana Finoti não perde mais um dia de academia e de caminhada com o marido Antônio. Outro hábito bacana da Ana e, agora posso falar com muito orgulho, também hábito do meu filho Arthur , do meu marido Marcos e meu é  o hábito  deeeeeeeee?... Ler! 

Tem anos que conheço a Ana e ela é vidrada em livros de ficção. Marcos e Arthur são outros que vira e mexe estão degustando seus livros. Eu me dedico mais a leitura para estudo,  revistas e  auto ajuda. Se tem um tipo de revista que eu adoro é a Seleções.   

Tá curiooooooso, né?! O que tem a ver  esse blá-blá-bla-blá todo, afinal? Academia, caminhada,  malhação, exercício, saúde e LEITURA? Tem tuuuuuudo a ver!  O HÁBITO DE LER AGE COMO UMA MUSCULAÇÃO PARA O CÉREBRO.

O habito de ler proporciona muitos benefícios à saúde. A leitura ajuda a reduzir o estresse e estimular a memória. Sua prática age como uma musculação para o cérebro e os médicos recomendam que se leia um livro por mês.

Ao acompanhar um texto, exige-se do cérebro um conhecimento de sistemas de linguagem, obrigando o leitor a realizar um trabalho ativo de compreensão e interpretação de texto. 

Vai gastar energia na caminhada, na academia? Lembre-se: reserve um pouco do seu tempo para gastar energia com a leitura também.

Isso ajuda a manter a funcionalidade intelectual ao longo da vida, mantendo a mente ativa e prevenindo déficits de memória e declínios das funções cognitivas.

Posso ficar aqui um tempão citando outras  situações que me deparei com o reflexo da leitura. Sabe aquela sensação que a gente tem dias após  terminar leitura?  Quando pensamos que estamos vivendo um conto de fadas? Aquela história grudou em mim? Pois é ! Isso tem explicação científica que vou citar posteriormente.

Não é nenhuma novidade que histórias podem mudar a vida de uma pessoa. A Saga do Crepúsculo, romance de Stephenie Meyer, retrata a vida de uma adolescente comum, a Bella, que apaixona-se por um vampiro, o Edward, influenciou significadamente nos hábitos, costumes e estilo de vida de vários adolescentes.

Além de habituá-los à leitura, o romance influenciou o comportamento nas relações amorosas. Arrancou suspiros das adolescentes (e a fúria da Igreja  Católica) e permeou a volta do romantismo.

Mas qual menina não iria querer um Edward em sua vida? Um vampiro lindo, bonzinho, forte quando precisa e romântico ao lado de sua amada. E qual menino não iria querer uma Bella, uma menina moderna, que não gosta de seguir a moda, ( filha de pais separados, que não acredita em casamento, uma menina que mente, por egoísmo faz a família e amigos e até o seu namorado sofrerem - "taí" algumas das iras da igreja) mas ainda é uma menina  linda e boa. Só quer viver um grande amor.

Não foi só a Saga do Crepúsculo que ocasionou a mudança de hábito de leitura nos adolescentes. Outros livros como o Harry Potter e a Triologia O Senhor dos Anéis também se encaixam na literatura fantástica, termo dado aos livros que tem personagens nunca inventados. Os adolescentes não só se encantaram com o romance sobrenatural como também mudaram comportamentos, hábitos e pensamentos no mundo todo.

"Pres-ten-ção!" Estou me referindo às pessoas que leram os livros antes mesmos de virarem filmes. Como  dizia minha amiga Ana: " É muito melhor ler o livro e imaginar a cena!" - opinião de uma leitora nata,viu?!

Estou muito entusiasmada em falar de leitura porque a Semana de Leitura na minha escola foi emocionante. Uma sensação deliciosa de estar  em meio aos contos, fábulas, parlendas. Vou finalizar com um estudo recente realizado na Universidade de Emory nos EUA com 21 universitários.

"O estudo mostrou que a leitura de um romance provoca mudanças de conectividade no cérebro, que persistem mesmo alguns dias após o término da leitura", diz Gregory  Berns. Os participantes deveriam ler uma parte do livro a noite e passar pela ressonância na manhã seguinte. Terminado o período de leitura, eles foram ao laboratório por mais cinco dias, para que os pesquisadores avaliassem se os efeitos da história permaneciam.

 E o quê  que aconteceu? Os resultados mostraram um aumento na conectividade de uma região de cérebro associada a recepção da linguagem. ( Eles não estavam lendo nessa situação, segundo o Berns e sua equipe de neurocientistas.) Ele explica que "um aumento de conexões também foi identificado no sulco central do cérebro, região ligada à função motora. Os neurônios dessa região estão relacionados à criação de representações de uma sensação de corpo - o simples pensar em correr, por exemplo, pode ativar os neurônios associados ao ato físico de correr. " ( foi divulgado: periódico Brain Connectivity). Bacana,né?

Tá vendo o que a leitura é capaz de fazer com nosso cérebro? Bora colocar um pijaminha quentinho , uma meia nos pés que tá frio, escolher a melhor poltrona da sala e começar a exercitar o nosso cérebro. Boa leitura prá você!

Um forte abraço.